Trata-se de representatividade
Este fim-de-semana foi notícia o novo pivot da SIC Notícias...
Se muitos louvaram a aparição de um jornalista negro como pivot de um jornal, muitos outros se insurgiram, não pelo moço, mal seria, mas contra aqueles que viram um grande passo nesta novidade, acusando precisamente de não ser uma novidade. E porquê? Porque não era a primeira vez que um jornalista negro apresentava um jornal. Há outros. Quem?
A Alberta Marques Fernandes e a Conceição Queiroz.
Pois. Em tantos anos de televisão, as pessoas nem reparam no absurdo que é dizer que um jornalista negro na televisão não é importante porque conhecem outros dois casos.
SÓ outros dois casos.
Querem acreditar, ou acreditam, que em tantos anos, mais nenhum jornalista com um tez escura foi talentoso o suficiente para aparecer no ecrã.
Se não é uma ocasião histórica, é certamente uma ocasião importante.
Não estou a ser racista ou a pensar que o jornalista está ali por ser preto. O jornalista está ali muito bem porque mostrou ter valor para isso, foi escolhido por ser bom profissional, tenho a certeza disso, e sei o importante que é ele ter sido escolhido para todos as que tendo o mesmo tom de pele dele podem olhar para o ecrã e sentir-se representados.
Sei o importante que é uma criança olhar para a televisão e pensar: quero ser como ele e posso, porque ele é como eu e conseguiu.