Da guerra
Já ouvi várias pessoas a dizer que era bem feito as mortes de soldados russos na Ucrânia.
Gente, são vítimas daquilo, como os outros.
Acaso não se lembram que os vossos pais e/ou avós, há coisa de 60 anos, foram enviados para o ultramar e, lá chegados, só tinham como hipótese matar ou morrer?
Os soldados que vão para a guerra já não pensam, só obedecem e atuam da melhor forma que sabem e podem para regressar vivos aos braços das mães, mulheres, irmãs... filhos, que deixaram na sua terra para lutar por vontade de um alucinado sanguinário.
Todos eles morrem na guerra.
Uns efetivamente, outros porque a pessoa que foi para lá já não volta. Aos braços da mãe, mulher, irmã... filhos, chega um homem diferente, com o peso da morte para o resto da vida.
Não tenho o mínimo orgulho pela guerra colonial, mas tenho um profundo respeito por aqueles que foram obrigados a combate-la, por isso, não consigo deixar de sentir a alma ferida por cada soldado que tomba, de qualquer dos lados da barricada.
Nem todos os soldados russos estão lá porque lhes apetece.
Atrevo-me a dizer que a grande maioria não queria aquilo.
A guerra é uma tragédia para todos, menos para quem a ordena.