O Tobias
O Tobias veio para a minha família da pior maneira que se pode trazer um cão para casa: num impulso.
Filho de uma cadela vadia, era um dos 9 da ninhada parida numa vala, num monte aqui perto. Quando foram encontrados já era espigadotes e uma amiga recolheu-os para lhe encontrar famílias.
E encontrou. Para os 9, em pouco mais de uma semana. No entanto, no dia 28 os supostos futuros donos do matulão mais escuro da foto, desistiram.
Ela contou no facebook que, afinal, este patudo ainda não tinha família.
Mostrei a foto à minha mãe e perguntei, já sabendo que a resposta seria não:
- Ficamos com ele?
- Ficamos.
FICAMOS?? SIM?!!
Liguei à minha amiga e fui busca-lo uma hora depois.
Não tinha nada. Ela é que me deu ração. Tive que ir comprar tudo às pressas...
- Não estava preparada para praticamente não dormir nas 3 primeiras noites (até desistir e levá-lo para o meu quarto).
- Não fiz as contas às despesas associadas.
- Não fazia ideia onde o deixar nas férias, que já estavam marcadas.
Não deve ser assim.
Levar um animal para casa é uma decisão que tem de ser muito pensada.
Nunca, nem por um segundo me arrependi ou pensei que não o devia ter feito, mas não aconselho a ninguém que o façam assim.
Mas aconselho a toda a gente que tenha um patudo.
A alegria que nos dão é muito superior aos pelos que espalham pela casa (pela roupa e até por sítios onde nunca estiveram, como o meu local de trabalho), aos tapetes e chinelos roídos, aos cocós e xixis, aos passeios quando só nos apetece estar esticada no sofá... é superior a tudo.
Mas não é fácil. E quem não estiver disposto a todos os contras, mais vale não pensar nos prós e não ter, para já, um animal.
Aqui está ele na sua casinha, que era suposto usar quando não estamos e fica sozinho no pátio, mas que só usa quando estamos e assim, metade fora, metade dentro...