Desafio de Escrita dos Pássaros #Vingança
Ele sabia que não o podia amar a não ser platonicamente. Sabia que se lhe tocasse tudo acabaria e não mais podia apreciar a forma linda com que enfrentava o mundo, como que flutuando ao vento.
Ele ia pela mão daquela miúda, que se achava tão dona dele, sem sequer imaginar que, do outro lado da rua, alguém o desejava abraçar, mesmo sabendo que não o podia fazer.
- Não podes viver esse amor, lamento.
- Mas amar não devia ser proibido.
- Neste caso é. Amar tem que ser uma coisa boa, não podes estragar a vida dos outros só porque tens desejos por alguém.
- Mas e os meus sentimentos?
- Só pensas neles? Não queres saber dos sentimentos da miúda se o perdesse? E ele? Como seria quando o magoasses?
- Mas eu não o vou magoar...
- Claro que vais. Se avançares com essa ideia de o quereres para ti, vais acabar com ele. Sabes bem que, mesmo não querendo, magoas sempre os outros.
- Oh... Olha, a miúda largou-o da mão...
- Para, não vás lá...
- Vou. É a minha oportunidade...
Lá foi, o mais rápido que conseguiu. Abeirou-se dele e assim que lhe tocou...
Quem viu, nem queria acreditar.
A rapariga chorou e ele afastou-se lentamente. Nada mais podia fazer pelo ser amado.
Triste, olhava para trás, ainda assustado diga-se, com o barulho e o estrago que o seu ato irrefletido causara. Foi motivado por sentimentos profundos, mas ainda assim, tinha acabado com a existência daquele que tanto queria.
Foi um momento de dor, mas aprendeu que afinal existem amores proibidos. Jamais um porco espinho pode concretizar o seu amor por um balão.
Tema: Um amor proibido, escolhido pelo Sapo que diz que não sabe Beijar no âmbito da vingança dos participantes no Desafio dos Pássaros aos temas estapafúrdios semanais.