Desafio de escrita dos Pássaros 2 #7
Olha! Morri! Grande porra!
Agora nem sequer me dava jeito…
Mas pronto, não há quem não morra,
E para mim nada mais há a ser feito.
Cabe-me então escrever o elogio,
Não vou deixar que o façam por mim,
Ainda alguém fazia um desvio...
E dizia “Morreu? Até que enfim”.
Se morri é porque estive viva,
E é da vida que se fala nesta altura.
Não, não cumpri a expetativa,
Ainda assim, viver foi uma aventura.
Amores, desamores, ganhos e perdas.
Muitas coisas boas e algumas merdas.
Amizades, antipatias, subidas e quedas.
Comi o que podia, mas não dei todas as quecas.
Sei que alguns agora me choram,
Outros riem, mas não por falta de amor,
É que nem sempre a lágrima é tristeza,
E muitas vezes o riso afaga a dor.
Sei que a muitos deixarei saudades,
E deles as levo com certeza,
De outros… isto não é momento de verdades.
Vamo-nos encontrar um dia, na profundeza.
Escrever isto poderia parecer triste e feio,
Mas só o é para quem não souber (quiser) brincar...
Temos que levar a vida sem receio
De nos rirmos só "porque sim", até quinar.
Tema: Escreve o teu elogio fúnebre
Desafio de Escrita dos Pássaros