Crianças mascaradas de militares e não tem a ver com o Carnaval
06.03.19
No passado domingo, muitas crianças (e não só, mas para aqui elas é que importam) vestiram-se do que não eram, porque era Domingo de Carnaval.
Algumas desfilaram em Lisboa vestidas de militar, armadas e tudo, depois de cantarem a plenos pulmões "Ajarmas, ajarmas"... e não teve nada a ver com o Carnaval.
Foi uma parada militar para celebrar o aniversário do Colégio Militar.
Já falei sobre o Colégio Militar, não tenho mais a dizer.
A minha opinião continua a ser de que se trata de um absurdo sujeitar crianças a este tipo de ensino/regime. Opinião reforçada por assistir a uma parada militar com crianças, sob o olhar das autoridades, envaidecidas com aquilo que considero errado e cruel até, em certa medida.
O mundo civilizado critica o uso de crianças soldado em países como a Síria e depois prepara meninos para serem soldados?
"Ah, mas estes não estão em guerra"... Pois não, o que não faz a coisa menos absurda. É que, estando em guerra, os países fazem coisas erradas, na paz, os Estados deviam ter o discernimento de fazer só o correto.
Não precisamos de crianças militares.
Não sei se as armas são verdadeiras e operacionais, quero acreditar que não estão carregadas, mas as crianças devem ser ensinadas para a paz, não para a guerra.
"Ah e tal... os militares mantém a paz",
... pois claro que sim, nem que para isso tenham que matar quem está na guerra.
Guerra é guerra e as "forças de paz" matam tanto como as outras e nem sequer é disso que estou a falar, estou a falar de crianças, que deviam estar a jogar à bola ou "playstation" e estão a "brincar" aos exércitos, com o patrocínio das mais altas figuras da nação.
Vá, venha a tropa toda dizer que não sei do que falo.
Sei o que são crianças, sei o que são militares e sei que são condições incompatíveis para a saúde mental (e às vezes física) das primeiras e dignidade dos segundos.