Ontem foi dia da mulher
... da alta e da baixa, da gorda e da magra, da que adora comer e da que adora correr. Foi dia da loura e da ruiva, da morena, da branca e da negra. Dia da mulher saudável, da doente ou da portadora de deficiência. Foi dia da doutora e da doméstica, da manequim, da empregada fabril, da lojista e da influencer.
Ontem foi dia da mulher que vai ao cabeleiro regularmente e da que assume "as brancas", da que usa unhas de gel e da que rói as unhas (deixem-se disso, que porcaria!). Dia da mulher que vive de saltos altos e da que só está bem com o pé no chinelo, da que jamais usa um soutien diferente da cueca e da que o confor veste um pijama polar e calça pantufas com orelhas.
Ontem foi dia da mulher que tem cinco filhos, mas também da que nunca quis nenhum, da infértil e da que adotou. Dia da que sai todas as noites e da que prefere o serão com filme e pipocas no sofá, da que conhece os melhores restaurantes e da que cheira a refogado.
Ontem foi dia da mulher que casou virgem, da que marca encontros no Tinder, da que gosta de mulheres e da que resolveu viver em castidade. Da mulher trans, da que ainda está no processo e da que nem sequer sabe bem o que é.
Ontem foi dia de todas as mulheres e todas elas são dignas de respeito, a começar pelo respeito umas pelas outras.