... eis a questão.
Mais de 25 mil pessoas (à hora a que este texto foi escrito) assinaram a petição para a extradição de Mamadou Ba pelas declarações que proferiu em relação a Marcelino da Mata, recentemente falecido. Resolvi ir ver o texto da petição, e analisar algumas partes do dito.
"Mamadou Ba, ex-assessor do Bloco de Esquerda" - Se é ex, para quê a referência? Interessa? Cheira-me a "direitismo" exacerbado...
"depois do seu serviço foi humilhado... ameaçado de perder a nacionalidade e de ser extraditado...". Está mal maltratarem o senhor, mas quanto a ameaça de extraditar, parece ser uma coisa com a qual os assinantes da petição simpatizam, não vejo o problema.
"Não é a primeira vez que Mamadu Ma profere frases e afirmações que colidem com os valores do cidadão comum e, infelizmente, apenas têm contribuído para fomentar o ódio e o mau estar entre as raças!" Ai ai ai!! Menino Mamadu, já te avisaram e continuas a ferir os sentimentos do coração dos senhores? Mau mau Mamadu. Quem escreveu o texto podia ser mais adulto para ser levado a sério, não? Ah!! já agora, é Ba, não é Ma. Querem mandar o homem daqui para fora ao menos enxotem-no pelo nome certo.
"Para terminar, serve a presente Petição Pública para que a Assembleia da República vote favoravelmente pela expulsão de Portugal de alguém..." . Agora é que vai!! Então mas desde quando é que a Assembleia da República vota a expulsão de alguém? Cês são muito dados aos valores da pátria e o caraças, mas de leis, Justiça e essas coisas básicas, percebem nada.
"Que esta expulsão sirva de exemplo!" Para quê e para quem? Para que os portugueses tenham cuidadinho com o que dizem? É que, pasme-se! O homem tem nacionalidade portuguesa.
Não minha gente, vocês não podem querer expulsar alguém só porque não concordam com o que diz.
Sim, ele excede-se nos termos e na forma algumas vezes, mas vocês excederam, em muito, os limites do razoável, ao quererem manda-lo para a terra dele. Primeiro, e antes de mais, porque este jardim à beira mal plantado é a terra dele e depois, mas não menos importante, porque se aceitam e honram alguém que nascido noutro país "serviu em mais de 2000 operações na Guerra do Ultramar", matando em nome de um império injusto e cruel, também têm que aceitar a opinião de alguém que, não sendo parido na vossa pátria amada, tem tanto direito a nela viver como vocês e tanto direito a dizer disparates como vocês.
Não sou deputada, se fosse, o meu voto seria contra o voto de pesar pela morte de Marcelino da Mata, porque nada de vitorioso naquele tempo nos devia orgulhar.
A mim, repugna-me e envergonha-me.